sábado, 2 de janeiro de 2010

Cultura Surda

”Os surdos não se consideram deficientes, e sim uma minoria lingüística e cultural, que tem a necessidade, na verdade o direito, de estar juntos, de ir para a escola juntos, de aprender uma língua que lhes é acessível e de viver na companhia e comunidade de outros como eles”. (Sacks, 1998)

Na sala de aula, o problema foi citado por alguns entrevistados. Como educadores surdos, eles tem uma sensibilidade própria para educar seus alunos sobre como devem utilizar a visão na aula, isto é, como devem direcionar sua atenção visual. Muitas vezes, os ouvintes passam pelos corredores da escola e dão uma olhada na aula, apenas para dizer um “oi” ou ver o que está ocorrendo, o que desvia o foco da atenção de todos os alunos para quem chegou. Isso atrapalha o andamento da aula e irrita os educadores surdos, que tem que novamente trabalhar para conseguir a atenção visual dos alunos.

Esses trechos foi retirado em meu monografia de TCC da pedagogia, "Cultura Surda"

Conflitos e mal-entendidos se dão entre alunos surdos e professores ouvintes

 Muitos professores ainda usam práticas lingüísticas simultâneas da LIBRAS e do português, corrompendo a estrutura de ambas e tornando a mensagem pouco compreensível para os alunos.


 Na hora do intervalo, as professoras e coordenadoras não usam LIBRAS, mesmo quando estão perto de educadores surdos. Elas poderiam aproveitar a oportunidade de utilizar a LIBRAS com os surdos adultos, o que não apenas ajudaria a desenvolver melhor a sua proficiência, mas também evitaria a exclusão dos surdos dos processos de comunicação na escola.

 Quando expõe desenhos animados ou filmes às crianças, muitos professores sentam-se no fundo da sala, ao invés de interpretar o português para os alunos.

Preocupamos em ensino bilíngüe para surdos, mas esquecemos da dimensão cultural. A maioria das pessoas ouvintes não acredita na existência de uma cultura surda. Até mesmo muitos surdos não acreditam nisso. Meu argumento, contudo, é o de que existem vários aspectos culturais que diferenciam os surdos das pessoas ouvintes. Uma boa evidência disso são os “choques culturais” entre surdos e ouvintes, que eu observo no meu dia-a-dia escolar e que são relatados por meus amigos da Comunidade Surda em nossas conversas.
 Postarei cultura surda aos poucos.....

Trechos ....

“sem linguagem, não somos seres humanos completos e, por isso, é preciso aceitar a natureza e não ir contra ela. Obrigados a falar, algo que não lhes é natural, os surdos não são expostos suficientemente à linguagem e estão condenados ao isolamento e à incapacidade de formar sua identidade cultural”
neurologista Oliver Sacks (1998)



“O objetivo do modelo bilíngüe é criar uma identidade bicultural, pois permite à criança surda desenvolver suas potencialidades dentro da cultura surda e aproximar-se da cultura ouvinte. Esse modelo considera a necessidade de incluir duas línguas e duas culturas dentro da escola em dois contextos diferenciados, ou seja, com representantes de ambas as comunidades desempenhando na aula papeis pedagógicos diferentes.”
SKLIAR (1997)

Lançamento do livro


Eu, Neiva e Eduardo

Lançamento do livro

Dia 21 e 22 houve lançamento do livro que eu e a outra autora Neiva preparamos há um ano e meio.
O nome da coleção “De sinal em sinal” surgiu da concepção de que o aprendizado de uma segunda língua é um processo gradativo e facilitado pela participação dos alunos em interações e comunicações significativas. Organizado em 9 temas, com estruturas avançadas da língua e aproxidamente 500 sinais e expressões uteis para o dia-a-dia da área educacional.
Se alguem quer adquirir esse livro, me manda email: sylvialia@yahoo.com.br, e combinamos a forma de pagamento.